(in)segurança alimentar
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL TRIBUNA DE MACAU, a 29 de junho de2012
Cada vez que
abro os jornais e vejo notícias relacionadas com a segurança/ insegurança
alimentar, fico apreensiva com o que me é dado a conhecer. A maioria dessas
comunicações não são auspiciosas, nem revelam um progresso indicativo da
melhoria da qualidade alimentar, do seu controle e segurança. E a cada dia se descobre
que a integridade dos produtores não existe mais, e as entidades reguladoras e
fiscalizadoras pouco ou nada fazem, porque não querem ou porque não podem.
Não basta o
desgaste que os nossos métodos de cultivo massivos e rápidos provocam nos
solos, mas também a quantidade de produtos químicos, tóxicos e por vezes letais
em que são embebidos, para que cresçam mais, mais depressa e durem mais,
acrescenta-se ainda a catastrófica substituição de ingredientes naturais por
compostos e argamassas biologicamente duvidosos e que põem em risco a nossa
saúde e o nosso bem-estar.
Hoje em dia
a cadeia alimentar humana é tão complexa que algures, no percurso de qualquer
alimento que nos preenche o prato, lhe perdemos o rasto. E muito pode ter
acontecido, desde adulterações, más condições de transporte, acondicionamento e
higiene, etc., etc. Tudo com o intuito do lucro fácil e imediato.
O mal não é
exclusivamente local nem regional, eu sei, mas a fragilidade proveniente da
total dependência da importação de produtos alimentares cria em nós uma
impotência desmesurável.
Claro que
não podemos nesta pequena cidade, parca em terra que é devorada por interesses
económicos, esperar encontrar as alternativas exequíveis nos outros países – as
quintas de produção local e as pequenas hortas caseiras. Estamos totalmente
dependentes e por isso só nos resta estar atentos (muito atentos, mesmo) e fazer
escolhas criteriosas entre o que nos é dado a escolher.
Valha-nos o
poder da informação que nos vai trazendo as noticias que nos podem resguardar
de males maiores. E valha-nos também aqueles que ainda demonstram um grau de
integridade social e humana mais elevada que os maus exemplos de que aqui falei.
E, se algum progresso
podemos ambicionar, é que os Homens evoluam para a consciencialização da sua
responsabilidade e deixem de maltratar o seu semelhante…
E A RECEITA QUE ACOMPANHOU ESTE ARTIGO FOI: