entre o barato e o melhor
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL TRIBUNA DE MACAU, a 13 de abril de 2012~
Quantas
vezes esta dúvida me passa pela cabeça quando deambulo entre os corredores dos
supermercados e as bancas dos legumes, peixes e frutas dos mercados? Centenas
de vezes, confesso.
Não é que
tenha qualquer dúvida quanto ao que eu gostaria de trazer para casa em cada
jornada de compras – com certeza, o melhor e o mais barato. Mas, infelizmente,
ou felizmente, a panóplia de produtos é tanta que nem sempre a escolha é
linear.
O mais
barato nem sempre representa o que é de pior qualidade, pois tanto os legumes
como os frutos da época são sempre mais baratos que os outros: os exóticos,
importados ou cultivados artificialmente. E a sua qualidade é, sem dúvida,
superior. Pois, por princípio, desenvolveram-se e amadureceram de forma natural
sem recurso a procedimentos e engenhocas artificiais.
Por outro
lado o melhor ingrediente ou produto também pode não representar o máximo
dispêndio, pois por vezes os mais caros não são os de melhor qualidade mas sim aqueles
que foram sobretaxados pelo efeito da notoriedade da marca, da publicidade ou de
uma embalagem mais charmosa e apelativa.
Depois há
ainda a categoria de produtos que nós sabemos que são os melhores e os mais
caros, ora porque provámos, comparámos e atestámos, ora porque lemos
atentamente os rótulos e as nossas suspeitas ficaram totalmente esclarecidas –
como os biológicos, por exemplo... E é destes que nos apetece encher o carrinho
de compras, todos os dias!
Claro que almejamos
poder comprar sempre produtos saudáveis e de preços acessíveis. Mas a realidade
é que uma realidade destas é quase impossível de realizar. Assim, cada um de
nós acaba por criar padrões de escolha ou uma lista de produtos pré-selecionados,
para facilitar a empreitada.
O meu padrão
de escolha segue quase sempre o modelo: Natural- Fresco- Biológico. Ou seja, em
vez dos pré-preparados, pré-embalados ou congelados tento seguir esta ordem de
ideias: uma peça de fruta é mais barata e melhor do que um sumo de fruta
embalado, um saco de feijão seco tem mais proteínas que uma lata de feijão
cozido, um molho bechamel caseiro não tem conservantes nem aditivos, e por aí
fora...
Já os
biológicos, definitivamente, e sempre que esses produtos não acarretam uma
diferença abismal de preço, opto por eles. É que embora sejam ainda
inexistentes as investigações que nos digam que a sua qualidade nutricional é
superior, a verdade é que sabem melhor e são produzidos em harmonia com o ciclo
natural.
... e a receita que acompanha este artigo é este peixe em papelote: