Piscos (II)

PUBLICADO EM: JORNAL TRIBUNA DE MACAU, a 7 de outubro de 2011
OS PISCOS (II)
Continuando as deambulações sobre os piscos… Para quem tem esta espécie em casa é importante ter em conta que a hora da refeição deve ser um momento de paz e tranquilidade, sem angústias e assuntos mal resolvidos.
Posto isto, a mim própria me condeno dos responsos, ralhetes e impaciências que sempre me assolam quando já não aguento o stress emocional de ter alguém à minha frente que se recusa a abrir a boca para engolir a última colher de sopa (normalmente onde estão os feijões verdes, meticulosamente seleccionados e afastados durante a refeição).
Um dos conceitos que encontrei nas minhas pesquisas é muito interessante, e vem precisamente, deitar por terra esta minha mania de – vá lá, só mais colher, só esta, para fazer cinco.
Ora, dizem os entendidos que as crianças têm uma capacidade que se chama: bom senso orgânico – wisdow of the body. Ou seja, nutricionalmente elas escolhem aquilo de que necessitam e a quantidade de que necessitam, de forma instintiva e natural. E embora a nós nos pareça bizarro que alguns piscos comam 5 semanas seguidas a mesma coisa, se é isso que o seu organismo precisa, é o que «ele» lhes pede. E as crianças, ao contrário da maioria dos adultos, sabem (ainda) ouvir a voz do corpo.
Por outro lado, existem também os piscos que estão desajustados das convencionais e formais horas das refeições familiares. Para o seu ritmo metabólico comer 4 refeições por dia pode ser aniquilador, comer a refeição principal entre as 12h e as 13h pode ser desinteressante.
Digamos que estes são aqueles que nos fazem a vida negra à nossa hora da refeição, mas depois se deleitam noutros momentos, que até podem ser 30 minutos antes de o almoço ser servido, com 3 tostas mistas e 2 iogurtes.
Enfim, vá-se lá entende-los… Por isso o melhor mesmo é ter paciência e esperar que o tempo passe e eles cresçam, fortes e saudáveis, regra geral.

a receita que acompanhou este artigo está aqui:

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