garotos de peso pesado
ARTIGO PUBLICADO EM JORNAL TRIBUNA DE MACAU, a 28 de outubro de 2011
GAROTOS DE
PESO PESADO
Arrumado que está o assunto dos
piscos, vamos debruçar-nos sobre outra categoria – os meninos(as) do percentil
90 para cima…
Estas crianças são aquelas que toda
a gente olha e se regala (por conceitos antigos de nutrição e saúde). São aquelas
que são bem constituídas e normalmente aparentam um ar saudável e robusto. No
entanto, tal só constitui motivo de regozijo se altura e peso estiverem equilibrados
e a saúde no devido lugar. Ou seja, se a criança tiver um percentil de peso elevado,
mas a altura não acompanhar, temos que ficar atentos pois não está a ocorrer o crescimento
linear esperado. Por outras palavras, dá-se o alerta para o excesso de peso e
começam a tomar-se as primeiras medidas preventivas.
Em primeira instância é preciso
termos noção de que a alimentação é uma necessidade fisiológica, não uma fonte
de prazer emocional ou física, ou uma forma de compensação de necessidades e
carências de qualquer tipo. Portanto, o nosso papel é educá-los a comer, mais
com prazer (retirando partido do sabor e dos cheiros dos alimentos), e menos
por prazer, pelo acto de aprazimento através da alimentação.
As medidas preventivas para esta
criança são as mesmas que para a criança magrela: alimentação saudável e qualidade
dos alimentos controlada. Acrescentando-se a preocupação com a quantidade do
que se come e a actividade física que se pratica. Pois o objectivo final é única
e simplesmente a criação de hábitos saudáveis que se mantenham ao longo da vida.
A existência destes garotos
explica-se porque: ou se alimentam mal, comendo alimentos de qualidade nutricional
nefasta para a sua saúde; dai que deve ser feita a transformação do seu quadro
alimentar, mantendo longe a «junk food» e deliberando o que se pode ingerir
diariamente, semanalmente, mensalmente, ou ocasionalmente...
Ou então, não praticam actividade física
satisfatória, tendo criado hábitos de vida sedentários, não tendo uma
actividade proporcional ao que consomem, ingerindo mais calorias do que gastam.
Posto isto, há que pô-los a mexer, e
partir à descoberta das formas de actividade física que mais agradam aos
pequenos, nem que se tenha que arrastá-los e ir a pé para a escola, andar de bicicleta
uma hora na rua antes de vir para casa, ou convidar um amigo para uma jogatina
de futebol, badmington, uma corrida de skate, ou o que seja. Desde que estejam
fora e longe do sofá, das consolas de jogos e dos computadores, estamos no bom
caminho...
CRIANÇAS NA COZINHA
Ter as crianças na cozinha também é uma excelente oportunidade para os ajudar a criar uma relação adequada com os alimentos, conhecendo-os no seu estado natural, sabendo como devem ser preparados para deles retirarmos os melhores beneficios, etc.