longevidade e alimentação

Mais um artigo do JORNAL TRIBUNA DE MACAU,  publicado a 20 de maio de 2011


Apesar de todos estarmos a viver mais, graças aos avanços da medicina e das condições económicas e sociais dos países, há países que se destacam pela longevidade dos seus povos: Grécia, Itália e Japão, tem as populações mais idosas do mundo.
Sendo os dois primeiros países do grupo mediterrânico, hoje decidi debruçar-me sobre o povo japonês e a influência da alimentação neste prodígio.
Dizem as investigações que é o equilíbrio das refeições o factor que mais contribui para que os japoneses apareçam em primeiro lugar no ranking da longevidade mundial: uma média de 82 anos. UAU!!!
Uma das explicações para tal segredo parece ser uma alimentação à base de arroz, peixe, algas, verduras, soja e chá verde.
De facto, os japoneses comem mais peixe do que carne. Quatro vezes mais peixe que o resto mundo, sabia? Sobretudo salmão e atum, ricos em vitamina A e B, proteínas e aminoácidos, gorduras polinsaturadas e ómega 3, eficaz na redução do colesterol e doenças do coração.
De facto, o baixo colesterol explica a reduzida taxa de «mortalidade cardíaca» entre esta população, pois estes problemas estão referenciados com o consumo de carne vermelha, lacticínios e derivados.
Já as algas, com elevada concentração de sais minerais e betacarotenos, são também desintoxicantes e têm muito iodo, impedindo as doenças da tiróide, aceleram o metabolismo e ajudam ao emagrecimento.
Quanto à soja, um dos alimentos mais completos da nossa cadeia alimentar, é a estrela de uma das culinárias mais saudáveis do mundo. É rica em proteínas e uma substancia semelhante à hormona feminina – estrogenio, que minimiza os desconfortos associados à menopausa, previne a osteoporose e o cancro do ovário e do útero.
Já agora: o pequeno-almoço japonês é composto de chá verde, arroz cozido, uma pequena omeleta ou salmão grelhado.
Mas outros agentes podem ser associados à longevidade deste povo: a sua genética, o modo de vida baseado numa rede social e familiar alargada onde os papeis estão bem definidos, o trabalho por prazer e não por obrigação, e os efeitos dos níveis baixos de stress dos indivíduos.
Pena é, saber que a globalização e a massificação do fast-food também não está a deixar indiferente as novas gerações deste povo e que os problemas ocidentais derivados da alimentação estão a começar a dar os seus sinais entre os japoneses: aumento do consumo de sal e açúcar, menos vegetais e peixe, e consequentemente – a obesidade!!
Pelo menos que possamos continuar a aplicar uma das coisas mais sensatas que este povo também nos ensina:  «hara hachi bu», ou seja, oito decimas de barriga, que os restantes 20% fiquem por preencher na hora de se alimentar.

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