alimentos funcionais I

PUBLICADO EM: JORNAL TRIBUNA DE MACAU,  a 3 de junho de 2011

Existe desde os anos 80 um conceito, criado pelos japoneses para fazer face aos problemas de saúde relacionados com o envelhecimento de uma população com elevada expectativa de vida, tendo por base o desenvolvimento de alimentos saudáveis, com efeitos metabólicos e fisiológicos, no crescimento, desenvolvimento ou manutenção de determinadas funções do organismo, desencadeando benefícios para a saúde: OS ALIMENTOS FUNCIONAIS.
Os alimentos funcionais só podem ser categorizados desta forma se for demonstrado, mediante evidência científica, que afectam positivamente a saúde e o bem-estar dos indivíduos e uma ou mais função corporal específica, auxiliando na protecção contra determinadas doenças, como a hipertensão, diabetes, cancro, osteoporose e cardiopatias.
Actualmente estes alimentos são largamente divulgados pelo marketing alimentar, sendo a população, mais ou menos esclarecida, tentada a preferir estes produtos em detrimento dos básicos.
O que as pessoas geralmente não sabem, é que os alimentos funcionais podem ser de duas categorias: os naturais e os modificados.
Estes últimos, são os tais que começaram a ser criados pelos japoneses com o rótulo: FOOD FOR SPECIFIC HEALTH USE, e que, hoje em dia, se encontram em larga escala em todos os mercados mundiais.
Se não, repare quantos produtos encontra nas prateleiras do supermercado com as palavras: enriquecido, rico em…, vitaminado, com extra tal…, sem coisa e tal…, e etc.
São pois, alimentos industrialmente processados (modificados), com substâncias ou nutrientes, para produzirem um determinado efeito em determinada(s) função fisiológica. Por exemplo: fibras, antioxidantes, ácidos gordos, vitaminas, sais minerais (cálcio, ferro,…), etc.
Deixem-me dizer-vos que pessoalmente não sou uma verdadeira simpatizante destes produtos. Em primeiro porque representam um acréscimo substancial na factura, e em segundo porque desconfio sempre dos: extra, 2 em 1, e afins.
Ora, durante esta recolha de dados, fiquei contente por descobrir que várias literaturas indiciam que tenho razão: uma alimentação equilibrada e variada fornece alimentos com propriedades funcionais naturais, sendo desnecessária a compra de produtos industrializados.
Para quê ómega 3 no leite, se a melhor fonte de ómega 3 é o peixe? Dizem até os investigadores que para obter as quantidades mínimas desse dito extra, teria que se consumir quantidades absurdas do tal alimento enriquecido; porém, indo buscar à fonte natural, uma pequena quantidade suprime as nossas necessidades, para além de oferecer todos os outros nutrientes essenciais.

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