crianças na cozinha
PUBLICADO EM JORNAL TRIBUNA DE MACAU, hoje
CRIANÇAS NA COZINHA
Este é um tema discutível que divide opiniões. Há quem pense que criança deve ser mantida longe da cozinha e dos perigos que dela advêm – facas, fogo e aparelhos eléctricos. E há quem pense que elas devem ser integradas nas tarefas da cozinha, pois para além de instrutivas e educativas, do ponto de vista da saúde e higiene alimentar, desenvolvem outras capacidades.
Ao envolver-se na azáfama dos cozinhados a criança tem oportunidade para desenvolver o espírito de colaboração e entreajuda, estreitando laços e apaziguando tensões e vivendo momentos singulares de comunicação com os outros membros da família.
Por outro lado, estas ocasiões podem ajudar ao crescimento da autonomia e do respeito da criança por si própria e desenvolver a auto-confiança, através da execução bem sucedida das tarefas que lhe são atribuídas.
A cozinha é também um espaço de desenvolvimento de destrezas manuais e aptidões físicas, como o controle motor e a capacidade de coordenação.
Mas este sítio especial é sobretudo uma zona de criação, de experiências, e de resultados quase laboratoriais, que ajudam a criança a compreender certos fenómenos físico-químicos e cientifíco-naturais, e onde ela pode lidar e aplicar também conceitos lógico-matemáticos.
Ler e interpretar receitas e vocabulário culinário, pesar, medir, criar proporções, organizar o tempo, ordenar, lidar com formas e volumes, temperaturas, consistências, etc.
É ainda a exercitação e excitação de todos os órgãos dos sentidos – cheirar, apalpar, observar, ouvir, provar…e é também um espaço de produção de arte, de criatividade e imaginação.
E por fim, porque cozinhar estimula o apetite. As crianças ficam mais receptivas a novos sabores e texturas e aceitam melhor a variedade de alimentos.
Como podem ver, sou adepta convicta dos aventais miniatura…Cá em casa sempre que um dos pequenos CHEF quer juntar-se ao clube, é bem-vindo. E colaboram naquilo que podem, seja na preparação dos ingredientes, na confecção, na dosagem, etc…
Mas, o melhor de tudo, é estar ali, com eles… a compartilhar a mesma colher de pau.