folhado de mirtilos com mel


Como já vai sendo habitual, junto com a receita, mais uma das minhas divagações publicadas no
JORNAL TRIBUNA DE MACAU, hoje, 11 de maio de 2012

ESCUROS MAS INDISPENSÁVEIS

Os alimentos mais escuros da natureza apresentam-se em tonalidades distintas: pretos, negros, azulados, índigos, roxos ou violetas.
Sem dúvida, são dos menos usados na nossa alimentação rotineira do dia-a-dia, sendo mais um recurso para a culinária gourmet, que vê neles uma multiplicidade de opções decorativas, arranjos degustativos ou apresentações e combinações excêntricas.
Entre eles temos algumas frutas como a ameixa, o figo, as amoras, mirtilos, cerejas e uvas pretas. E alguns legumes como a beterraba, a beringela, a cebola/ alface/ couve roxa, o feijão preto, as alcachofras, a batata-doce, as sementes de sésamo, as algas e o arroz preto. E há ainda, atrevo-me a acrescentar, o chá preto e o bom vinho...
Segundo a medicina tradicional a vibração energética dos alimentos pretos representa a água, por isso são bons para os rins e a bexiga. Segundo parece, fortalecem o sangue, adstringem, desintoxicam e refrescam.
Segundo a medicina moderna, os alimentos escuros são ricos em antocianina, que nos protege contra infecções, doenças cardiovasculares, controlam a obesidade, e são poderosos antioxidantes, com as devidas vantagens resultantes desta sua potencialidade – são bons para a saúde da pele, retardam o envelhecimento, protegem as células do processo degenerativo (propriedades anticancerígenas), reforçam o sistema imunológico, e até - dizem - têm efeitos positivos na prevenção da doença de Alzheimer.
Não sei se tudo isto é verdade ou não, mas como penso que a harmonia da alimentação é conseguida através da variedade de cores daquilo que escolhemos ingerir, não devemos esquecer esta paleta na confecção dos nossos pratos. Por isso, os alimentos mais escuros também devem estar na nossa despensa ou no nosso frigorífico – sobretudo na sua época de maturação própria.
E se, comer fruta assim, simples, como a natureza nos dá, não é o seu prato predileto, aqui fica uma sugestão tão simples que em 20 minutos pode transformar numa exótica e requintada sobremesa, digna de qualquer refeição gourmet…

FOLHADO DE MIRTILOS E MEL
Uma embalagem de massa folhada
Uma caixa de mirtilos
2 colheres de sopa de mel

Estenda a massa folhada sobre uma folha de papel manteiga. Lave e escorra os mirtilos e coloque no centro da massa. Regue com o mel e feche a massa folhada fazendo um rolo, um embrulho ou outro formato a seu gosto.
Leve ao forno a alourar.
Sirva morno e se quiser enriquecer a receita acompanhe com uma bola de gelado de baunilha e uma folha de hortelã a rematar.

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